Para procuradores, foram feitos aditivos para serviços já previstos em contrato. Dersa informou que, havendo prejuízo ao erário público, o estado adotará as medidas cabíveis.
Por Bruno Tavares, SP2, São Paulo
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O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo denunciou nesta sexta-feira (27) à Justiça 14 pessoas acusadas de participar de um esquema que desviou R$ 625 milhões das obras do trecho Norte do Rodoanel. Caso a denúncia seja aceita, eles vão se tornar réus em ação.
Em junho, a Polícia Federal havia deflagrado operação que prendeu os 14 suspeitos de envolvimento no esquema. No último dia 23, a Polícia Federal havia indiciado 12 pessoas pelo caso.
Entre os denunciados, está o ex-presidente empresa de infraestrutura viária paulista, a Dersa, Laurence Casagrande Lourenço, e o diretor de engenharia da estatal, Pedro da Silva.
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Para os promotores, os executivos assinaram contratos aditivos para remover rochas de grande porte. No entanto, o serviço já estava previsto no contrato inicial.
A denúncia está focada em irregularidades em três lotes das obras do Rodoanel, mas o MPF quer que as investigações continuem pra apurar suspeitas de crimes em outros dois lotes. Os procuradores também pediram à Justiça a abertura de inquérito policial para investigar se houve pagamento de propina e lavagem de dinheiro.
Os crimes
Laurence Casagrande Lourenço foi denunciado por fraude em licitação, falsidade ideológica e organização criminosa. Ele está preso há mais de um mês. Lourenço foi secretário de Logística e Transportes de São Paulo, entre maio de 2017 e abril deste ano, durante a gestão do ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB).
O diretor de engenharia da estatal, Pedro da Silva, foi denunciado pelos mesmos crimes.O gerente de contratos da Dersa, Pedro Paulo Campos, é acusado de fraude em licitação e organização criminosa.
Fiscais da Dersa e executivos das empreiteiras OAS, Mendes Jr. e Corsan também são alvos da denúncia.
A Dersa informou que, juntamente com o governo do estado, é a maior interessada na elucidação do caso e que, havendo qualquer eventual prejuízo ao erário público, o estado adotará as medidas cabíveis.
Em nota, o ex-governador Geraldo Alckmin disse esperar que, “respeitado o amplo direito de defesa, Justiça seja feita”.
A reportagem entrou em contato com os demais citados e aguarda resposta.
Mapa mostra o Rodoanel e explica investigação sobre fraudes no trecho Norte (Foto: Juliane Monteiro e Igor Estrella)
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